8 de novembro de 2013

Rogério Fróes volta ao teatro com “Rebeldes” - Sobre a Raiva


A peça mostra os conflitos entre as gerações de uma família tradicional israelense

A partir do dia 15 de novembro o púbico poderá conhecer a premiada dramaturga e roteirista israelense Edna Mazya, através da primeira montagem de uma peça sua no Brasil, “Rebeldes” - sobre a raiva, adaptada e dirigida por Rodrigo Nogueira. No elenco de doze atores estão Rogério Fróes, Joana Lerner, Marcella Muniz, João Velho, Marina Vianna, Keruse Bongiolo, Pedro Henrique Müller, Thais Müller, Igor Cosso, Lucas Gouvêa, Ana Barroso e Jorge Neves 

“Rebeldes” - sobre a raiva apresenta a saga de uma família durante a criação do Estado de Israel, através dos conflitos nas relações entre duas gerações de uma família tradicional israelense. A ação se passa em três épocas distintas: 1997 (presente), 1967 (memória) e 1945 (imaginário), percorrendo momentos emblemáticos da história de Israel. Os conflitos entre gerações, embora apresentados dentro de um contexto específico, são essencialmente semelhantes aos vividos em outras culturas, e dizem respeito ao ser humano em qualquer tempo e lugar.

Apesar da contundência do tema, a peça revela humor nos diálogos. Edna Mazya é atualmente uma das dramaturgas mais populares de Israel. Muitas das peças de Mazya foram encenadas no exterior. Em 1997, a autora foi contemplada com o Prêmio Margalit pelas peças “Os Rebeldes” (The Rebels) e “Histórias de Família (Family Story). Por “Rebeldes”, também recebeu o Prêmio Leah Goldberg e foi nomeada Melhor Autora Teatral (1998). Também recebeu Prêmio de Melhor Roteiro de Filme Para a Televisão da Academia Isralense (2004).

Apesar da peça retratar uma saga familiar, ela não segue uma cronologia linear, alternando suas cenas entre as três épocas referidas e dois personagens centrais: SHAUL E MICHAELLA.

MARTHA faz parte da geração de jovens israelenses que conheceu Israel ainda sob o domínio inglês. Nessa parte da peça, que se passa em 1945, MARTHA se apaixona por SHAUL, jovem revolucionário, e entra em contato com a luta armada pela independência do país.

Junto à sua irmã gêmea ALMA, MARTHA acaba se envolvendo no assassinato de um oficial britânico, WILLIAMS, e se vê obrigada a deixar Israel. Através de um casamento de fachada arranjado para MARTHA, as duas irmãs seguem exiladas para África do Sul, onde contam com a ajuda de um outro jovem envolvido na questão sionista, YOEL, o agora “marido” de MARTHA. Entre muitos conflitos afetivos e ideológicos, MARTHA acaba deixando SHAUL e assumindo o romance de fato com YOEL.

Anos mais tarde, em 1967, MARTHA e YOEL estão de volta a Israel, casados e com uma filha adolescente, MICHAELLA. A jovem é uma ativista de extrema esquerda e tem uma luta oposta à dos pais - ela não aceita a ocupação judaica dos territórios árabes. Essa divergência de opiniões políticas quanto ao Estado de Israel só faz agravar um conflito de gerações inerente a pais e filhos.
Apesar dos esforços de ALMA em resgatar o carinho entre MARTHA e sua filha, a relação das duas se complica ainda mais quando MICHAELLA testemunha um encontro amoroso entre sua mãe e SHAUL, o ex-namorado e amante de MARTHA até então desconhecido pela filha.

Em 1997, data de onde a estória é contada, MICHAELLA, agora uma mulher, leva seu filho, o jovem YALI, ao cemitério para o enterro de um amigo, e aproveita para visitar os túmulos de seus pais e sua tia. E é nesse ambiente inusitado que MICHAELLA encontra pela segunda vez SHAUL, agora um senhor. Através desse senhor, que um dia odiou tanto, ela conhece a verdadeira história de seus pais e realiza uma reconciliação póstuma com sua mãe.

“Os Rebeldes” (título original), texto inédito no Brasil, foi premiado em Israel, certamente, por sua modernidade e coragem. E a motivação para esta montagem brasileira é mostrar um novo ponto de vista sobre questões que já foram tão exploradas – o ponto de vista de uma mulher judia / israelense refletindo sobre as relações humanas em um conturbado contexto histórico, que se desenrola até os dias de hoje.

Ao abordar a questão política num terreno delicado como a questão da região da Palestina, o texto mostra de forma bastante esclarecedora que o verdadeiro conflito para a criação do Estado de Israel se dava entre os britânicos (que dominavam a região à época do fim da 1ª Guerra Mundial) e os judeus sionistas - num acordo em 1917, o governo britânico oferecia aos representantes do judaísmo sionista apoio para a constituição de uma ‘pátria nacional’ judaica na Palestina, o que não cumpriu, acirrando os conflitos entre os sionistas e árabes, que também ocupavam a região.

Na peça, o público poderá encontrar no ambiente político as razões, as contradições e as motivações que fizeram com que seus personagens sejam o que são.

Serviço

TEMPORADA: 15 de novembro a 15 dezembro
Local: Galpão Das Artes Espaço Tom Jobim
Endereço: Rua Jardim Botânico, 1008
Informações: 21 22747012
Horário: sextas e sábados 21h30 e domingos 20h30
Ingresso: R$30 inteira e R$15 meia
Bilheteria: terça a quinta: das 14 às 18h, sexta e sábado: das 14 às 21h30 e domingos: das 14 às 20h30
Capacidade: 80
Duração: 90 minutos
Classificação: 12 anos
Gênero: Drama

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