4 de maio de 2011

Matilha Cultural recebe obras artísticas e multimídia que refletem o presente Egito


“Egito em Obras: Expressões da Revolução” promove reflexão sobre o processo revolucionário em andamento no Oriente Médio.


A Matilha Cultural se propôs a dar voz às ações do povo egípcio e auxiliar na propagação e reflexão das suas idéias. A exposição “Egito em Obras: Expressões da Revolução” fica em "processo" de 29 de abril a 18 de junho e tem o objetivo de mostrar a força de articulação que as pessoas comuns tem para mudar os rumos da política de seu país e promover uma reflexão e um olhar da realidade a partir de obras de arte de documentações ativistas que vão muito mais longe do que a mídia consegue cobrir.

Em meio aos confrontos com as forças contra-revolucionárias de Hosni Mubarak, que resultou em centenas de mortos e a sua queda como ditador, a Matilha Cultural conseguiu realizar o difícil trabalho de mapear um conjunto de ativistas revolucionários e iniciativas culturais independentes autênticas que pudessem traduzir o momento de agora e também algumas expressões artísticas que participaram do processo de resistência e levante do povo egípcio.


São manifestações que vão desde fotos de graffiti nas ruas até ações táticas de guerrilha de informação envolvendo video-arte, um apanhado de elementos e ações que demandaram inclusive um novo formato de exposição para a Matilha. Um formato que fosse capaz de se articular com programas de rádios on-line feitos especialmente, conversas em tele-conferência, realizar intervenções conjuntas entre São Paulo e Cairo, contextualizar os documentos seqüestrados do prédio do serviço de inteligência egípcio pelos revolucionários, além de debates, vídeos, filmes, fotos e etc.


"Poderia se chamar até de festival, mas também não é o caso. O 'work in progress' é um termo que inspira essa idéia de processo e que é capaz de abordar a ação participando dela. Foi o próprio resultado da pesquisa que demandou esse novo formato de exposição - que outra forma poderiamos falar de uma revolução que está em andamento?", adianta Demétrio Portugal, curador da exposição e diretor de programação da Matilha Cultural.


A primeira fase deste processo poderá ser vista, a partir de 29 de abril, na forma de fotos, vídeos e artes enviadas diretamente do calor dos acontecimentos. A Matilha, ao trazer este projeto, busca chamar atenção para a necessidade da luta pelos direitos e trazer um registro de um processo ativista, por meio de um intercambio entre centros culturais, ativistas e artistas do Egito e do Brasil, nesse momento que o povo egipcio está vivendo as transformações na sua maior intensidade. A abertura será durante o happy hour Mondo Cane.


Dia 17 de maio, no happy hour Aquecimento Central, tem inicio a segunda fase, com uma exposições de video-arte obras e vindas do Egito para dialogar com uma seqüência de conversas, tele-conferências e um ciclo de cinema com material do festival Medrar de Cinema Experimental do Cairo e uma programação de longas propostos pela Icarabe - realizador da Mostra Mundo Árabe e também Festival Imagens do Oriente.


Um dos destaques é o artista Aalam Wassef com um apanhado de vídeos e táticas de guerrilha de informação realizadas desde 2007 sob o pseudônimo de Ahmad Sherif. Altamente subversivos e satíricos, os vídeos mostram um unidade clara a partir da uma identidade estética. Por medo da repressão, Wessef destruiu todos os originais de seus trabalhos desse período só restando cópias dos vídeos na internet. Ele é um dos convidados para as conversas em teleconferência.


Representando a linguagem urbana foram trazidas as fotos compiladas e feitas por Maya Gowaily, uma jovem egípcia que lidera um projeto para documentar o graffiti feito para revolução. Percebendo que as intervenções criadas durante as revoltas estavam sendo rapidamente apagadas, ela criou a página Graffiti Revolution no Facebook www.facebook.com/graffitiegypt, onde qualquer pessoa pode adicionar suas imagens. A idéia tem chamado atenção e está prestes a se tornar um livro.


Mahmoud Refat (100 Projects), fará uma edição do seu programa de rário online especialmente para o projeto da Matilha. Ele possui uma rádio de música experimental www.100radiostation.com, um selo e também um festival de música eletrônica.

Ainda está previsto um dia de debates e conversas sobre o atual momento geopolítico do norte da África e do Oriente Médio e suas repercussões em nível global para contextualizar historicamente os acontecimentos atuais. Além disso, Matilha está disposta a receber grupos de escolas e instituições que queiram visitar a exposição.

Principais parceiros:

Organização sem fins lucrativos, situada no Cairo, com a missão de ser um trampolim para o avanço do movimento da arte contemporânea emergente no Egito e ao mesmo tempo esforçando-se para colaborar com diversos grupos sociais e culturais.

Cairo Jazz Club www.cairojazzclub.com
Um dos club mais populares do Cairo. Com um programação eclética com encontro de bandas e DJs.

Programa de rádio online de música experimantal comenando por Mahmoud Refat, diretamente do Cairo.

Mohamed Allam www.medrar.org
Estabeleceu uma iniciativa com a "Medrar de Arte Contemporânea", que visa a promoção das práticas artísticas contemporâneas de artistas jovens, no Egito.

Maya Gowaily é uma jovem egípcia, do Cairo, que lidera um projeto para arquivar o graffiti saido da revolução no Egito, Líbia e outros países do Oriente Médio.

O artellewa é um espaço independente de arte contemporanea, sem fins lucrativos, criado por Hamdy Reda com o apoio de amigos. Fundado em janeiro de 2007no Cairo.

A galeria Town House, localizada no Cairo, é um espaço para as artes independentes, visando a promoção das artes contemporâneas na região e internacionalmente.


O Instituto da Cultura Árabe, baseado em São Paulo, Brasil, é uma entidade civil, autônoma, laica, de caráter científico e cultural. Visa integrar, estudar e promover as várias formas de expressão da cultura árabe, antigas e contemporâneas, e encorajar o reconhecimento de sua presença na sociedade brasileira. Está aberto à participação de todos os que acreditam ser premente assegurar o respeito às diferenças.


Empresa prestadora de serviços que atua com comunicação popular. Nasceu em 1978, como uma cooperativa de jornalistas e artistas, para colaborar com os movimentos sociais e de trabalhadores urbanos na montagem de seus departamentos de imprensa e na produção de jornais, boletins, revistas, campanhas e planejamento de comunicação.

MATILHA CULTURAL
Rua Rego Freitas, 542 – São Paulo
Tel.: (11) 3256-2636
Horários de funcionamento: terça-feira a sábado, das 12h as 20h
Wi-fi grátis
Cartões: VISA (débito/crédito)
Entrada livre e gratuita, inclusive para cães
www.matilhacultural.com.br

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