12 de janeiro de 2024

Faça do seu cão ou gato pet um doador de sangue




Saiba mais sobre esse procedimento, quais são os seus requisitos e quais cuidados tomar

Texto: Sérgio Dias
Fotos: Pixabay

Geralmente a doação de sangue retira aproximadamente 450 mililitros de sangue do ser humano e a coleta é feita por profissionais capacitados e sempre sob supervisão de um médico ou enfermeiro, garantindo o bem-estar do doador. Mas sabia que o seu pet também pode ser um doar?


Não são apenas os humanos que podem salvar vidas, os pets também podem ser heróis. Certas enfermidades podem levar um gato ou cachorro a precisar de sangue; acidentes ou cirurgias também são capazes de provocar a perda de volume sanguíneo, despertando a necessidade da transfusão.

Doenças que causam anemia, como hemoparasitose, popularmente conhecida como “doença do carrapato”, doenças autoimunes, intoxicações, FeLV nos felinos e alguns tipos de tumores são as mais recorrentes na rotina clínica.

“Cães e gatos podem e devem doar sangue, mas existem certos requisitos e procedimentos a serem seguidos para garantir uma experiência tranquila e saudável para o pet, sem que isso abale seu emocional e atrapalhe sua missão em ajudar”, comenta Nathália Chiroze, veterinária do Nouvet, centro veterinário de nível hospitalar em São Paulo.

No entanto, por envolver o emocional dos pets, já que eles não entendem o que está sendo feito, a doação de sangue pode ser um pouco mais delicada. Mas nada que uma boa orientação aos tutores, carinho e paciência não resolvam.

Pensando nisso, esclarecemos algumas dúvidas sobre o procedimento, para orientar os tutores acerca da doação de sangue em pets. Confira:

Quais são os requisitos para a doação?

Tanto cães quanto gatos não podem ter passado por procedimento cirúrgico há pelo menos dois meses; devem estar com as vacinas, controle de ecto e endoparasitas atualizados; e não podem estar prenhe ou amamentando, no caso das fêmeas. Também é ideal que o pet tenha um comportamento dócil e esteja clinicamente saudável.

Para cães, é preciso ter entre um a sete anos e pesar 25 quilos ou mais, levando em consideração seu porte; já os felinos precisam ter entre um e oito anos e pesar mais de 4,5 quilos.

Como é realizado o procedimento?

Após o cadastro e check-up com exames laboratoriais de triagem, que confirmam a possibilidade da doação, tem início o procedimento. Ele dura de 15 a 30 minutos, a depender do comportamento do pet, que fica deitado durante toda a coleta.

Ela é realizada com um acesso próximo ao pescoço, por esse motivo, costuma ser um procedimento mais delicado e que exige mais tranquilidade do pet.

Após a coleta da bolsa, o sangue é dividido em três componentes: plaquetas, plasma e hemácias. Após são armazenados sob refrigeração. Desta maneira, um doador de sangue pode ajudar mais de um animal com componentes sanguíneos diferentes, salvando mais vidas.

Por ser um procedimento rápido, a maioria dos cães consegue realizá-lo sem nenhum tipo de sedação, mas ela pode ser necessária. Já os gatos precisam geralmente de medicação leve, já que são menos adeptos à manipulação.

Existe tipificação sanguínea?

Existem tipos sanguíneos nos cães e a compatibilidade entre eles é importante quando for realizada a transfusão, pois nem todos são compatíveis entre si. Os tipos sanguíneos dos cães são seis, porém são complexos e continuam em estudo, mas sabe-se que o “DEA 4” é considerado doador universal.

Em relação aos gatos, os grupos sanguíneos são descritos pelo sistema AB, sendo eles: A, B, AB. O tipo sanguíneo A tem maior prevalência, sendo o tipo B mais incomum e o tipo AB considerado raro.

Quais cuidados os tutores devem ter com os pets após a doação?

Ao final da doação de sangue, o pet é liberado para casa e não há restrição ou necessidade de internação, podendo continuar com sua rotina normalmente. No caso do pet doador frequente, é necessário esperar de um a três meses entre uma doação e outra. Geralmente, esse intervalo depende do estado geral do doador e do protocolo empregado pelo banco de sangue.

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